quarta-feira, 17 de março de 2010

Sorri

Sorri, mesmo muito
porque apesar de tudo
ainda gosto de te ver sorrir,
e porque secretamente também sei,
que ainda vai chegar o dia em que o vais deixar de fazer...
Até porque não és diferente de ninguém,
até porque não há mais nada a dizer.
E nesse dia...
Eu não vou , nem quero estar presente,
mesmo que não me seja indiferente.
Foram grandes as vias e as partilhas,
grandes nadas de tão vazias,
grande o sorriso que nada vale...
Mas sorri,
porque hoje ainda está sol
amanhã quem sabe as nuvens companhia,
no horizonte camuflado de alegria,
vais sobrar tu,
pobre, triste e vazia.
Sim. Sorri.
Porque eu deixei de estar aqui,
e agora já não tens que te esconder da ventania
de seres quem não és,
de seres o que não querias.
Nunca te esqueças de sorrir,
para não cresceres nunca mais,
porque quem vê as caras não tem noção
se existe ou não um coração,
e que quem tem, vai longe,
mas são muitas as vezes que caí.

3 comentários:

Kelara disse...

Aceitarmos as consequências das nossas escolhas, carregarmos com o peso delas, honrarmos a nossa palavra, tem o nome de responsabilidade. E só ela confere realidade à liberdade. Só o homem responsável é autenticamente livre. O outro... joga; é ainda criança, imaturo, pouco homem

Kelara disse...

É árdua, sem dúvida, a tarefa de nos construirmos. Tal como - noutro plano - a de enriquecer. Quando fingimos ser o que não somos, fazemos algo semelhante ao que faz aquele que assalta um banco para se tornar rico: escolhemos o caminho que prescinde da paciência e do esforço. E esse caminho não pode trazer - nem a nós nem aos outros - nada de bom. Não é autêntico.
Acontece-nos por vezes que temos objectivos que exigem de nós aquilo que ainda não somos capazes de dar. Nesses momentos, devíamos compreender, simplesmente, que aquilo não é para nós; que ainda temos de crescer; que nos falta uma determinada porção de esforço e de luta.

SOU disse...

Na minha vida sempre me pautei pelo silêncio. As partilhas que faço, sejam ela quais forem são genuinas e verdadeiras. Mas tambem tenho a noção que passo a minha vida a dar créditos a quem não os merece. Só porque acredito no próximo. A Maior tristeza é perceber que o mundo me disse que eu estava enganada e só eu não tive a capacidade de ver.Mesmo assim acredito na palavra, mesmo sabendo que muitas vezes se dizem e fazem coisas que não queremos.
Quando o Circo pegar fogo eu não vou estar presente e há coisas que simplesmente não têm nenhum tipo de perdão.
A minha boca selou a qualquer homem. Falem os que têm que falar. O tempo dirá o que realmente cada um vale.
**